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segunda-feira, 29 de julho de 2019

MESSIAS COM DATA MARCADA

 – A Bíblia é um livro completo, e quando emprega figuras numa passagem, encontra-se noutra parte a chave, ou explicação. Ela é, por assim dizer, o seu próprio intérprete. Por exemplo: os “animais” mencionados no livro de Daniel representam reinos (Daniel 7:17 e 23); “ventos” expressam lutas (Jeremias 25:31-33); “mar” ou “águas”, indicam povos e nações (Apocalipse 17:15); ao passo que “dias” são empregados para denotar anos: “um dia te dei por cada ano”, escreveu o profeta Ezequiel (4:6 – ver também Números 14:34). Hoje desenham-se mapas, por exemplo, na escala de um centímetro por quilômetro; o mapa em que Deus esboçou o futuro exprime-se em termos de um dia por um ano.

Entre as várias profecias do Velho Testamento que apresentam pormenorizadamente as circunstâncias em que nasceria o Messias de Israel tais como o local do nascimento, Sua missão, a traição que sofreria, a morte, o sepultamento e a ressurreição, as Escrituras Sagradas fornecem admiravelmente aspectos da cronologia que envolveria a vida terrena do Filho Unigênito de Deus. A própria época do Seu advento pode ser determinada profeticamente pela análise do que consta em Daniel, capítulo 9.
“Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo, e sobre a tua santa cidade, para extinguir a transgressão e dar fim aos pecados, e para expiar a iniquidade e trazer a justiça eterna, e selar a visão e a profecia, e para ungir o Santo dos santos” (Daniel 9:24).

Foi Jesus quem “expiou a iniquidade”, e por Sua vida imaculada deu ao mundo um exemplo de “justiça eterna”. Consoantemente, as setenta semanas (setenta vezes sete igualam à 490 dias, os anos se estendem até ao tempo do primeiro advento de Cristo. A frase, “estão determinadas sobre o teu povo” significava que tal prazo era concedido aos judeus e que no final desse período, ou tempo de graça, por assim dizer, a nação judaica não mais seria o povo particular de Deus. A História confirma que tudo isto se cumpriu rigorosamente. Até autores judeus, referindo-se à passagem, interpretam a “semana” como sendo um período de sete anos. É o que declaram em seus comentários religiosos, como o Midrash Rabah: “Semana representa um período de sete anos” (Lamentations, ed. Soncino, pág. 65, nota 3). E o Talmude explica: “Esta profecia foi proferida no começo dos setenta anos do cativeiro babilônico. Desde a restauração até a segunda destruição há 420 anos, perfazendo ao todo, 490 anos, isto é, setenta semanas de anos” (Nazir, 32b, ed. Soncino pág. 118, nota 6).

Quando devia começar este período? A profecia responde taxativamente: “Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém, até ao Messias, o Príncipe, sete semanas, e sessenta e duas semanas: as ruas e as tranqueiras se reedificarão, mas em tempos angustiosos” (v. 25).
É sabido que Nabucodonosor, rei da Babilônia, destruiu Jerusalém, e que passados muitos anos se expediram da parte de reis persas, três decretos reais para reconstruir a dita cidade. Diz a Escritura: “Edificaram a casa e a aperfeiçoaram conforme o mandado do Deus de Israel, e conforme o mandado de Ciro, e de Dario, e de Artaxerxes rei da Pérsia” (Esdras 6:14). Aqui, os decretos acham-se agrupados como um só “mandado”, o último e mais eficaz dos quais foi expedido no outono do sétimo ano de Artaxerxes.

Segundo os registros do astrônomo Ptolomeu, muito digno de confiança, tal ano foi 457 antes de Cristo. Esse cientista deixou-nos uma importante lista de acontecimentos, com o tempo em que ocorreram. Entre eles acha-se a data de muitos eclipses que os astrônomos modernos têm demonstrado serem absolutamente autênticos. Assim, a Bíblia, a História e a astronomia se unem para estabelecer esta data certa e monumental como o princípio do período profético aqui considerado.

E prossegue o texto profético: “Depois das sessenta e duas semanas será morto o Ungido (Messias, em hebraico), e já não estará; (...) Ele fará firme aliança com muitos por uma semana; na metade da semana fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares” (vs. 26 e 27).
Os 490 anos subdividem-se por sua vez, em outros períodos: pois “até ao Messias, o Príncipe” seriam “sete semanas e duas semanas” (434 anos); resta, pois, “uma semana (sete anos), no meio da qual Cristo seria “tirado” (crucificado), fazendo isto “cessar o sacrifício e a oferta de manjares”. Isto é, quando Cristo morreu na cruz do Calvário, os sacrifícios e ofertas de que trata o Velho Testamento, e que apontavam para Ele como o Cordeiro de Deus, cumpriram sua missão, e, pois, caducaram (ver Daniel 9:25-27).

Todos esses acontecimentos ocorreram em ordem, e precisamente na ocasião prevista. Quarenta e nove anos depois do decreto de Artaxerxes, Jerusalém foi completamente restaurada. Quatrocentos e trinta e quatro anos depois, ou seja, no outono do ano 27 depois de Cristo, foi batizado e ungido Jesus, o Messias. Três e meio anos mais, estenderam-se até a “metade da semana”, a primavera do ano 31 depois de Cristo, que foi quando Jesus expirou na cruz. Outra meia semana (três e meio anos) completaram os 490 anos e chegam a 34 depois de Cristo, quando o povo outrora escolhido repudiou definitivamente o evangelho, matou o primeiro mártir cristão, Estevão, e iniciou a perseguição que dispersou os discípulos, indo eles a muitas terras pregar a história do Crucificado (ver Atos 8:1-4).

Esses acontecimentos assinalaram a terminação dos 490 anos concedidos à nação judaica. Passo a passo, vimos que se cumpriram à risca todos os acontecimentos preditos. Cada pormenor traz o sinete da autenticidade divina. Cristo veio a Terra rigorosamente na data marcada: “Vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho nascido de mulher (...) a fim de que recebêssemos a adoção de filhos” (Gálatas 4:4 e 5) (Publicado pelo jornalista Júlio César Prado) (Foto: Ilustração/
Divulgação).

( Fonte )

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